O aumento das tarifas de energia elétrica, impulsionado pela escassez de chuvas e o clima seco em diversas regiões do país, pode afetar diretamente pequenos e médios empreendedores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reviu recentemente a bandeira tarifária, passando para o patamar vermelho 1, o que significa um acréscimo de R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos.
Especialistas afirmam que este aumento exigirá mudanças nos processos e ajustes no planejamento financeiro das empresas para mitigar o impacto e manter a competitividade.
Impacto nas pequenas empresas
Empresas que dependem fortemente de energia elétrica, como indústrias, lavanderias, salões de beleza e negócios alimentícios, serão as mais afetadas. Renato Claro, sócio-diretor da Kick Off Consultores Associados, explica que o aumento dos custos de energia pode reduzir as margens de lucro e, em alguns casos, forçar o repasse desses custos ao consumidor. Entretanto, essa prática pode comprometer a competitividade de algumas empresas, especialmente em mercados onde os clientes são mais sensíveis a mudanças de preço.
Como planejar financeiramente diante do aumento de energia
Para lidar com o aumento, é fundamental que os pequenos empresários revisem seus planejamentos financeiros, considerando as sazonalidades que afetam o consumo de energia. Claro destaca a importância de incluir no orçamento variações sazonais, como o maior uso de ar-condicionado no verão ou aquecedores no inverno.
Também é recomendável prever períodos de maior consumo, como datas promocionais, quando pode haver necessidade extra de refrigeração. Criar um fundo de contingência é uma medida prudente para cobrir aumentos inesperados nos custos de energia, protegendo a saúde financeira do negócio.
Repassar o aumento de custos ao consumidor
A possibilidade de repassar o aumento dos custos de energia ao consumidor varia conforme o setor. Negócios em que os clientes são menos sensíveis ao preço, como cafeterias gourmet e pet shops, têm maior flexibilidade para ajustar os preços. No entanto, em setores como fast-food, lavanderias e academias, onde a concorrência é maior e o consumidor é mais atento a preços, essa opção é mais limitada.
Segundo Claro, empresas que não conseguem gerenciar eficientemente esses custos correm o risco de perder competitividade, o que prejudica tanto os empresários quanto os consumidores.
Estratégias para reduzir o consumo de energia
Para minimizar os impactos do aumento nas tarifas de energia, algumas estratégias podem ser implementadas:
- Modernização de equipamentos: Substituir lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por LEDs e optar por maquinários mais eficientes pode reduzir o consumo energético.
- Investimento em energia solar: A instalação de painéis solares, quando viável, pode ser uma alternativa para reduzir a dependência da rede elétrica e, consequentemente, os custos.
- Automação e controle inteligente: Sistemas de automação ajudam a otimizar o uso de energia, ajustando automaticamente iluminação e climatização com base na ocupação e condições ambientais.
- Parcerias estratégicas: Colaborar com fornecedores e parceiros para criar soluções integradas pode trazer economia ao longo da cadeia produtiva, permitindo repassar esses benefícios ao consumidor final.
Essas medidas podem ajudar as pequenas empresas a enfrentar o aumento das tarifas de energia de maneira mais eficiente, garantindo a sustentabilidade dos negócios e a competitividade no mercado.