Trabalhar com produtos artesanais demanda uma precificação adequada para garantir o sucesso do negócio. A consideração dos materiais utilizados, o tempo dedicado ao trabalho, os gastos fixos e a margem de lucro são fundamentais nesse cálculo. Mas como exatamente fazer essa equação?
A resposta varia conforme as particularidades de cada negócio. Cleide Toledo, mestre artesã e presidente da União dos Artesãos Profissionais do Estado de São Paulo (UAPESP), por exemplo, trabalha com produtos feitos a partir da palha da taboa. Ela relata: “Minha matéria-prima não tem custo, já que eu mesma vou ao brejo e faço a poda para poder trabalhar. Quando a taboa chega, faço todo o processo de separar as folhas, colocar no sol para secar e depois fazer tranças para costurar”.
Embora a taboa seja de baixo custo, suas peças não são baratas. Toledo explica: “Minhas peças levam muito tempo para serem feitas e não é um trabalho simples. Por isso, todo o meu custo de tempo também é somado para calcular o valor do produto”.
Para ajudar a precificar e obter lucro com produtos artesanais, o portal Empreenda Betim compilou 5 dicas que orientarão no cálculo de um preço adequado. Veja abaixo:
Considere todas as variáveis envolvidas no trabalho:
Leve em conta o número de horas trabalhadas, materiais utilizados, custos fixos e a margem de lucro desejada. Desconsiderar o tempo de trabalho é um erro comum na precificação.
Estipule um preço para as horas de trabalho:
Pesquise o valor da hora de trabalho em atividades similares ou estipule um “salário” desejado dividido pelo número de horas trabalhadas.
Use fórmulas prontas:
Utilize equações como q MP + q MO + GGF / Q, onde q MP é a quantidade de matéria-prima vezes o seu valor, q MO é a quantidade de horas investidas na produção vezes o seu custo, GGF são os gastos gerais de fabricação e Q é a quantidade total produzida. O resultado será o custo por unidade produzida.
Lembre-se da margem de lucro:
Calcule a margem de lucro utilizando a fórmula MARGEM = [(PREÇO VENDA – CUSTO PRODUTO) / PREÇO VENDA] x 100, após definir os custos.
Não tenha medo de cobrar “caro”:
Valorize o trabalho artesanal e não tenha receio de estabelecer um preço justo. Os clientes reconhecerão o valor agregado ao produto e estarão dispostos a pagar por isso.
Seguindo essas dicas e considerando todos os aspectos envolvidos, é possível estabelecer preços justos e lucrativos para produtos artesanais.